Erva-mate Ximango

História da Erva-Mate

1ª Etapa

"Erva Milagrosa" (Dos primórdios da civilização até 1509 d.c.)
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EXTRAÇÃO:
Coletava-se “Caá” (erva ou erva milagrosa em Guarani) no mato, durante o ano todo, de maneira manual ou usando instrumentos artesanais de pedra ou madeira.

SAPECO:
As folhas eram sapecadas (abrir os olhos) rapidamente sobre uma fogueira feita com restos de galhos encontrados no mato, tornando-as mais leves para o transporte.

TRANSPORTE:
Amarrava-se as ramas em feixes (chamados: “macaco, manejo, maruca”, pesando em média meia a uma arroba, 7,5 a 15 quilos) atados com taquara mansa, cipó, tiras de casca de embira; facilitando assim o transporte que era efetuado nas costas.

SECAGEM:
Pendurava-se o feixe com o caule para baixo e a folha para cima, sobre um fogo suave, durante um dia e uma noite onde ficava balanceando com o soprar do vento, (dando-se o nome de “macaco”) até desidratar.

CANCHEAÇÃO:
Ao estalar e/ou rachar, iniciava-se a depena ou desbaste das folhas já secas, tudo feito à mão sobre peneiras.

SOQUE:
Eram socadas com a “mão de pilão” (um tronco longo, fino de um lado e cabeçudo do outro) num pilão de pedra, tronco de madeira ou cipó trançado.

APETRECHOS DE MATE:
A caá-y, ou caa-i (água de erva) era servida em caiguá (porongo, cuia), chifre de animais, canudos de taquara, todos com o auxílio do tacuapi, (pele de pau oco alisada = taquara/bomba), itacuguá (pedra de barro oca que engole a água) e yeruá (porongo grande de capacidade de até 15 litros).

RECIPIENTES:
Canudos de taquarimbó (taquara grande) decorados artisticamente, tramados de taquara ou taquaruçu), andaí (porongo grande), peças de couro e recipientes cerâmicos.

Curiosidades:
Caá-yari (deusa da água de erva/dos ervais/dos ervateiros/da erva-mate) Tererê/Mate Paraguaio (mate frio). Nos primórdios, a erva era de uso exclusivo dos caciques e pajés. A erva era utilizada como cangoy (o que alimenta). Surgem as lendas da erva. Caaberá e Caúna: erva de má qualidade.

2ª Etapa

"Erva do Anhangá Pitá (Diabo)" (1510 a 1659)
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EXTRAÇÃO:
Era feita pelos tarefeiros com o auxílio de foice e/ou espada podada de cima para baixo.

SAPECO:
Era moqueada ou tostada sobre fogueira, com auxílio de um parapeito (proteção ao calor do fogo), feito de materiais fibrosos e/ou lenhosos.

TRANSPORTE:
Em raídos (cesto feito de tiras de bambu ou couro).

SECAGEM:
Sobre o carijo (erva em cima do amarelo, claridade, fogo) que era um jirau de madeira roliça sobre quatro ou mais forquilhas a diferentes alturas do solo, sobre o qual a erva permanecia em pé até secar com o auxílio de uma fogueira, por 24 horas, feita de madeira cheirosa; sendo coberta à noite por um couro de animal.

CANCHEAÇÃO:
A erva era surrada sobre um couro de animal ou no chão batido com o auxílio de facões de madeira, manguá (utensílio primitivo feito de dois pedaços de pau) até o ponto de meia-cancha, pindocada, picotada.

SOQUE:
Era socada em pilão de madeira entalhada, com o auxílio da mão-de-pilão.

APETRECHOS DE MATE:
Utilizava-se a cuia com tacuapi missioneiro, a água era aquecida em pichorras (lata pequena com cabo de arame)

RECIPIENTES:
Surrão de couro (peça de couro costurado com tentos) ou surrão de taquara (peça feita com taquara alisada e trançada).

Curiosidades:
A palavra chimarrão deriva do Espanhol cimarrón (planta rústica, escavo fugido, animal selvagem, sabor amargo). Usava-se a palavra mati, fruto do porongueiro derivado do casteliano, também denominado de cuia ou mate.

3ª Etapa

"Chegada da Companhia de Jesus (Jesuítas)" (1660 a 1768)
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EXTRAÇÃO:
Coletava-se a erva com o auxílio de facão e foice com um longo cabo, podando-a de baixo para cima.

SAPECO:
A erva era introduzida em um cilindro de tela, movido a manivela sobre uma fogueira sendo sapecada em movimento espiral.

TRANSPORTE:
Utilizava-se carro de boi (duas rodas maciças de madeira) e a zorra (elemento de madeira bruta no formato de forquilha), tracionada por animais.

SECAGEM:
Sobre jirau coberto por elementos da natureza, afastado das demais construções, para que na eventualidade de um incêndio o prejuízo não fosse tão grande.

CANCHEAÇÃO:
Em tambor, cancha, moenda ou cilindro com o auxílio do ouriço, pinhão ou espigão (elemento cônico ou cilíndrico, cravejado de estacas de madeira nobre) sendo essa peça tracionada por força humana no início e em seguida por força animal, em movimento circular.

SOQUE:
Feito no monjolo, considerado primeiro invento industrial. Era movido com o auxílio do peso da água, conduzida por bica, em movimentos lentos, socando a erva com duas mãos de pilão.

APETRECHOS DE MATE:
Era servida com cuia e bomba, a água era aquecida em cambonas (lata grande com cabo de arame).

RECIPIENTES:
Em tulhas (caixas de madeira).

Curiosidades:
Produção de bombas de prataria e latão com detalhes de alpaca, níquel, bronze, prata e ouro. Cuias de porcelana. Plantio de erveiras (erveira macho e erveira fêmea).

4ª Etapa

"Ouro Verde" (1769 a 1866)
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EXTRAÇÃO:
A poda era efetuada com o auxílio de facão e/ou foice adaptando-se o manejo de corte as diferentes regiões, sendo colhida somente no período de inverno.

SAPECO:
A erva era introduzida em um cilindro de grande porte de tela, movido a manivela, sobre uma fogueira sendo sapecada em movimento espiral.

TRANSPORTE:
Utilizava-se carretões (de quatro bois, quatro rodas com raios de madeira) e carretas (com quatro rodas com raio de madeira, e aro de metal).

SECAGEM:
Sobre boberaquá raído (buraco que faz reluzir), que é um jirau em arco onde a erva era espalhada/solta e não mais em feixes, para desidratar; o calor era conduzido do moquém ou quadro de fogo por conduto de pedra também chamado de tatu, com rejunte de barro, esterco de animal e cinza.

CANCHEAÇÃO:
Com o auxílio do tambor, cancha ou cilindro agora furada no seu interior, facilitando a separação da folha do palito aumentando a qualidade, sendo considerada tipo exportação.

SOQUE:
Com o aumento da produção, as duas mãos do manjolo são substituídas por várias, em número pares, movidas com a ajuda da roda d'água.

APETRECHOS DE MATE:
A erva-mate era servida em aparelho de mate (cuia e bomba), a água era aquecida em picharras e cambonas (lata grande com cabo de arame), chaleira e chicolateira (bule/leiteira).

RECIPIENTES:
Sacos de aniagem, barricas (pipa), e pequenas caixas.

Curiosidades:
Aimé Bomplante descobre como fazer a quebra da semente da erva. O naturalista francês Augusto de Saint Hilaire nomeia cientificamente a erva como Ilex Paraguaiense, Ilex Paraguarienses ou Ilex Mate. Surgimento da balança.

5ª Etapa

"Chegada da Energia Elétrica" (1867 a 1980)
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EXTRAÇÃO:
Com facão, fazendo raídos (grande feixe amarrado por uma trama de taquara mansa) de aproximadamente 200 quilos.

SAPECO:
Era em cilindro de chapa furada, movido a motor elétrico, sobre fogueira.

TRANSPORTE:
Utilizava-se trator, caminhão e carretas.

SECAGEM:
Sobre a boquia de pedra está o jirau de madeira roliça, cercado por paredes de pedra e madeira, aprimora-se este barbaquá ou barbacuá por arapuca (ripado ou estrado de madeira) cercado por paredes de tijolo de barro assentado por massa do mesmo material. Estas boquias são cobertas por chapas metálicas assemelhando-se a chapéus chineses. O quadro de fogo é coberto, sendo este e o conduto feitos de tijolos.

CANCHEAÇÃO:
Utilizava-se o picador cilíndrico de ferro, com dentes.

SOQUE:
Utilizava-se pilão com até 24 mãos movido por energia elétrica

APETRECHOS DE MATE:
Em bomba, cuias e chaleiras dos mais diferentes tipos e formatos.

RECIPIENTES:
Sacos de nylon e embalagens de papel.

Curiosidades:
Surgimento da luz elétrica.
Primeiros relatórios dos Ministérios referente a erva. Criação de normas e decretos para o corte e preparo da erva. Cooperativismo entre produtores de erva-mate.
Criação do Instituto Brasileiro do Mate e mais tarde o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.

6ª Etapa

"Indústria de Erva-Mate" (1981 até atualidade)
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EXTRAÇÃO:
Nesta evolução não se dispensou o ofício do tarefeiro que poda a erva mediante utilização de facão, serrote, tesoura e tesourão.

SAPECO:
A erva passa por uma caldeira cilíndrica mecânica giratória, onde a erva efetua movimento espiral, sendo que o quadro de fogo agora é com temperatura controlada.

TRANSPORTE:
A taquara continua sendo uma parceira inseparável da erva, sendo conduzida à indústria através de camionetas e caminhões.

SECAGEM:
Através de um secador automático, onde sofre um processo de desidratação, perdendo 60% do peso, após é levada por aspersão ao processo seguinte.

CANCHEAÇÃO:
Triturada em modernos equipamentos, passando por um caracol onde é conduzida à secagem.

SOQUE:
É conduzida por gravidade ao soque onde através de elevadores, a erva é depositada em uma tulha que está sobre a máquina empacotadora pesando automaticamente, sendo conduzida sobre uma esteira até a colagem e enfardamento.

APETRECHOS DE MATE:
Por modernas cuias de plástico e cristal entre outras, não substituindo a tradicional cuia de porongo doce. A água aquecida até a temperatura ideal (ao chiar, 75 a 80º) sendo armazenada em chaleiras, quentinhas, garrafas térmicas entre outras.

RECIPIENTES:
Embalagens de papel e metalizadas.

Curiosidades:
O IBAMA regulariza a exploração e comercialização. A embalagem deve conter a identificação do fabricante, o número de registro no IBAMA e a menção no nome, tipo e padrão do produto. A erva é utilizada na indústria de tintas e resinas, desinfetantes, cosméticos, chá e refrigerante.

Preparo do Chimarrão

Preparo do Tererê

Coloque a bomba dentro de um recipiente e preencha com Ximaice até aproximadamente a metade. A bomba pode ficar no meio da erva, pois ela é grossa e não impede a passagem do líquido.

Despeje qualquer bebida gelada que seja do seu agrado. Pode ser suco, água ou mesmo algum chá. Para o seu Ximaice ficar mais gostoso, é importante que a bebida esteja sempre bem gelada.

Benefícios da Erva-Mate

Um produto 100% natural e sem contra-indicações. Assim é a erva-mate (Ilex Paraguariensis). Confira outras propriedades da matéria-prima da Ximango:

  • É energizante, por garantir ao corpo humano força e vigor durante todo o dia, sendo por isso recomendada para dietas e no combate à depressão;
  • É fortificante, por ser rica em sais minerais (cálcio, ferro, magnésio, sódio, potássio e outros) e vitaminas (B, C, D e E);
  • É vaso-dilatadora, sendo por isso indicada como tônico cardíaco e auxiliar no tratamento da arteriosclerose e Como redutora da pressão arterial;
  • É um complemento alimentar recomendado para superar fadigas e suprir deficiências decorrentes da anemia;
  • Atua na defesa orgânica, sendo extremamente benéfica a diversos tecidos do corpo humano;
  • Auxilia a digestão e tem ação diurética, o que facilita o trabalho dos rins;
  • Por ser um estimulante, também possui propriedades afrodisíacas;
  • Tem propriedades sudoríferas, sendo um estimulador neuro-muscular e um cicatrizante eficaz;
  • Amplia a capacidade respiratória;
  • Combate a diabetes e a depressão.